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Aula presencial do curso "Moodle de Lovelace" será transmitida ao vivo

Publicado: Segunda, 25 de Junho de 2018, 12h13 | Última atualização em Segunda, 25 de Junho de 2018, 12h13

Acontece, na última sexta-feira do mês de junho, dia 29, o primeiro encontro presencial da turma do "Moodle de Lovelace: Curso de programação Python Essencial, Ativa e Prática". A aula está marcada para as 14h, na sede do Cefor. O momento, que é destinado somente aos alunos do curso, será transmitido ao vivo no canal do Cefor no Youtube, possibilitando que o público externo também possa participar. Os estudantes que não puderem comparecer ao evento deverão justificar a falta e poderão acompanhá-lo online. O link será disponibilizado no dia 29, na página do Cefor no Facebook.


Com a proposta de incentivar o ingresso de mulheres na carreira de computação, o Centro de Referência em Formação e em Educação a Distância (Cefor), do Ifes, o curso de programação para o público feminino teve início, na modalidade a distância, dia 22 de maio. O “Moodle de Lovelace” - nome escolhido em homenagem à Ada Lovelace, primeira pessoa conhecida a programar uma máquina – faz parte de um projeto desenvolvido pela professora Márcia Gonçalves e algumas de suas alunas: a “Corte de Lovelace”. A iniciativa tem o objetivo de, por meio da Educação a Distância (EaD), realizar inclusão na área de programação ensinando não só às mulheres, mas também aos surdos. Apesar disso, o curso não é exclusivo a este público, sendo voltado, também, para incentivadores da ideia.


A atitude do grupo, pioneira no estado capixaba, faz parte de um movimento maior que vem ganhando força nacional. A Sociedade Brasileira de Computação (SBC), há anos, promove ações a fim de resgatar o público feminino para esta área, majoritariamente masculina. De acordos com dados do início deste ano, as mulheres representam apenas 25% da força de trabalho da indústria digital e somente 18% dos títulos de graduação em Ciências de Computação. Os números foram disponibilizados no evento “Por um Planeta 50-50 em 2030: Mulheres e Meninas na Ciência & Tecnologia”, organizado pela ONU Mulheres, em parceria com a UNESCO e a empresa de análise para decisões de crédito Serasa Experian.
Tutora do curso, Débora Alice, formada em pedagogia e estudante de Sistemas de Informação, confirma que este ramo de atuação é realmente machista, já tendo, inclusive, presenciado situações de discriminação. “Eu tive um professor que dizia que teríamos de nos esforçar muito para passar na matéria dele. Mas que ‘as meninas, se quisessem passar’, poderiam procurá-lo após o horário de aula”, diz ela, que abandonou a disciplina, optando por estudar com uma professora mulher no semestre seguinte. Rutinelli Fávaro, professora do Cefor que atua como pedagoga do curso, afirma já ter ouvido inúmeros relatos de brincadeiras semelhantes a essa, que refletem a crença misógina da ineficiência de mulheres nas áreas de exatas.


Márcia Gonçalves, que há anos atua dando aulas de programação, observa: “se tem um exercício complicado e uma aluna não consegue fazer, rapidamente surgem associações com o fato de ela ser mulher.” Fávaro relaciona este comportamento à falta histórica de incentivo às mulheres em determinadas áreas, como a de programação. A tutora Débora concorda com esta afirmação, e acrescenta: “a sociedade já rotula a mulher com profissões preestabelecidas”.
O curso intenciona, além de proporcionar uma interação mais segura e livre de preconceitos entre as alunas, também diminuir a evasão feminina. A estudante de Sistemas de Informação, Mônica Lopes, tutora do curso e responsável pelo estudo de desempenho discente, declara que, na maioria dos casos de abandono das aulas, as mulheres tiveram de escolher entre estudar ou fazer coisas como cuidar dos filhos ou pais idosos. A professora Márcia acredita que a Educação a Distância pode facilitar a permanência das alunas. “Com a EaD, podemos levar a aprendizagem de programação para a casa das meninas. Isso facilita o acesso daquelas que têm uma carga horária muito pesada de trabalho e estudo”, aponta ela.


A diretora do Cefor Vanessa Battestin, formada em Ciência da Computação, é uma grande apoiadora do projeto e enxerga seu forte potencial inclusivo. Segundo ela, o curso dá uma oportunidade concreta para inserção das mulheres na computação, seja para, de fato, atuarem na área ou utilizarem o conhecimento adquirido na vida pessoal. Ela ainda acrescenta: “quando, além disso, tenta-se oportunizar a inclusão de surdos, o projeto fica ainda mais belo, uma vez que sabemos que os surdos em geral possuem um processo de aprendizado diferente do tradicional, assim, sua inclusão também é um desafio”.


PROGRAMAÇÃO

1 - Abertura e apresentação da Corte de Lovelace
2 - Depoimento da Condessa Ada de Lovelace
3 - Mesa das autoridades femininas da programação
4 - Apresentação do artigo"O Moodle deLovelace: Um Curso a Distância
de Python Essencial, Ativo e Prático para Formação de Programadoras" aceito no Woman In Technology - Meninas Digitais da CSBC 2018
5 -Apresentação do Appraise-the-code (Software de Avaliação Diagnóstica do Moodle de Lovelace de Adler Neves )
6 - Reconhecimento oficial dos títulos da Corte de Lovelace
7 - Atividade avaliativa do Encontro
8 - Encerramento


Data: 29 de junho
Horário: 14h às 16h
Local: Cefor

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